terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eros e Psíque, o Amor e a Alma.

Faz tempo que tenho lido sobre mitologia grega e como sou uma romântica assumida, é claro que a história  ou lenda, como preferir, de Eros e Psíque me chamou a tenção.


O amor é Eros, é espírito, animus em Jung, é a porção yang no taoísmo chinês e, desde os primeiros registros da história da nossa civilização está relacionado ao masculino, à vida, ao Sol, à objetividade, ao discernimento do espírito mesmo.
O amor é sempre único, não divisível, como Deus e o Pai são Um, e talvez por isso o feminino sempre procure no masculino a sua única e insubstituível face. O amor realmente nunca tem duas caras, mas avoluma-se diante da prodigalidade que lhe é característica.
O amor é o bem mais precioso e desejável desse mundo, invariavelmente sinônimo de felicidade, beatitude, luz.
O amor é masculino, mas não pertence exclusivamente ao homem masculino, pertence antes ao conjunto humano, dotados todos os humanos desse “sopro” divino.
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Psiqué é alma, anima, ying, é a face sempre fugidia e sombria do feminino, ligada desde sempre à terra, ao corpo, ao pecado e à matéria.
À alma então é dado habitar os vales mais profundos, as florestas mais densas, úmidas e tropicais; à alma é dado se esconder nos pântanos mais remotos e nas cavernas mais recônditas e escuras da terra; tanto se esconde a alma que nem ela sabe dela mesma, pouco conhece dos seus próprios encantos. As únicas belezas que a alma enxerga, por estar sempre metida em buracos, não distam mais do que dois palmos de distância.
Por ser tão fugidia e misteriosa, a alma pode assumir qualquer face, e o homem fica confuso e nunca sabe bem qual delas deve eleger, qual será a mais bela, a mais fascinante ou a mais terrível.
A alma é a característica do feminino no humano, não exclusivamente de uma mulher feminina.

A Lenda desses dois substanciais personagens da mitologia grega, de significados tão abrangentes conta que Eros descobre Psiqué adormecida e, ferido na própria flecha se apaixona por ela, atraindo-a para o seu palácio no alto da montanha, desposando-a para logo em seguida a abandonar, pois o caminho da aproximação entre os polos arquetípicos nunca é reto e muito raramente será saudável e sobreviverá.
Partindo desse conceito dentro da lenda de Eros e Psíque podemos chegar a canclusão que o amor seria a face oposta da alma, seu tormento, aquilo que te tira a razão, o que pode transforma o mar de rosas em um de lágrimas e sofrimento. Pode até ser, porque não existe uma coisa sem a outra. Mas a verdade é que mesmo em outros tempos da história já se sabia que o homem é movido por esse sentimento. Essa  face obscura que muita vezes não identificamos logo que ela aparece, que quando chega, muita das vezes, se teme, poque foje do controle. Mas ainda assim é o melhor de todos os sentimentos, o que deixa o céu mais azul e a vida com mais cores.
Afinal, quem pode amar a alma? Só o Amor pode amar a alma.
Na minha opinão, seja Eros e Psíque ou João e Maria, o importante é se entregar aquilo que não se deve enteder, apenas viver... o Amor que se sente na Alma.
Boa semana à todos.

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